RESPOSTA AO PREFEITO
Por Walter Takemoto
Nas últimas semanas tem ocorrido manifestações em Salvador contra o BRT que o prefeito pretende impor à cidade. E várias entidades que se dedicam a pensar a cidade para todos, como o IAB, CAU, acadêmicos e artistas estão se manifestando contra esse projeto que irá representar um atentado contra a paisagem urbana, destruindo mais de 500 árvores, tamponar rios e erguer sobre duas avenidas um elevado de concreto, que irá privilegiar automóveis sob pretexto de de vias exclusivas para o BRT.
Além de utilizar os meios de comunicação, ACM Neto também divulga inverdades por meio das redes sociais.
O último de seus textos tem o nome de "Desmistificando o projeto do BRT".
Vamos responder suas afirmações inverídicas:
1. O BRT NÃO É IGUAL AO ÔNIBUS COMUM
Resposta: No próprio texto do Neto diz que "o BRT é um ônibus articulado de 23 metros". Ora, então é um ônibus, com motor a combustível fóssil, pneus e a diferença é que é articulado! Não deixa de ser um ônibus que irá poluir o ar, provocar poluição sonora.
Diz o Neto que o BRT terá ar condicionado, portas largas, piso rebaixado, com mais conforto e segurança.
Ora, tudo isso o Neto prometeu na licitação das linhas de ônibus e está no contrato que assinou com as empresas, e nada disso cumpriu.
Se ao invés de gastar mais de R$ 800 milhões com o BRT o Neto fizesse o que prometeu na licitação das linhas, de ter ônibus novos, com ar condicionado, suspensão a ar, piso rebaixado e implantar na cidade corredores exclusivos para os ônibus, a população teria transporte de qualidade e com eficiência e eficácia.
Acontece que Neto promete mas não cumpre.
2. O BRT NÃO É UM SISTEMA DE TRANSPORTE ULTRAPASSADO
RESPOSTA: Jaime Lerner, o premiado prefeito de Curitiba que implantou o BRT, considera que já não é mais o modal do futuro como dizia décadas atrás. Tanto que semanas atrás apresentou para a cidade de São Paulo um projeto de VLP, ou veículo leve sobre pneus, que é o VLT sem trilhos.
O BRT de Bogotá, outra cidade que tinha nesse modal um modelo de sucesso, atualmente já apresenta saturação, perda de qualidade e aumento no tempo das viagens, sendo que quase sempre duas estações após a estação inicial já tem lotação completa.
O BRT do Rio de Janeiro aumenta o tempo de viagem constantemente diante dos problemas com a deteriorização das pistas de tráfego.
Diz o Neto que o BRT leva várias vantagens sobre o VLT por ser mais barato, mais rápida a implantação e mais fácil de ser operado.
Mentira!
Vamos comparar o custo do VLT com o do BRT:
Em relação a capacidade de transporte:
- VLT = 575 passageiros
- BRT = 163 passageiros
- VLT equivale a 3,5 BRT´s
Em relação a durabilidade:
- VLT = 30 anos (mínimo)
- BRT = 7,5 anos (média)
Portanto, a mesma frota de VLT equivale a 4 frotas de BRT´s.
Custo da frota:
- Considerando a mesma frota para 20 km e uma capacidade de transporte de 11.500 passageiros durante 30 anos:
- VLT – custo de 20 veículos de 40 metros: US$ 87 milhões - -- BRT – serão necessários 70,5 veículos para a mesma capacidade durante 7,5 anos. Para o período de 30 anos serão necessários 282 BRT´s. = 282 x 0,6 = US$ 174,84 milhões.
Vantagens operacionais e qualidade:
Condutores:
- VLT = 20 condutores (máximo) – 1 por veículo
- BRT = 70.5 condutores – 1 por veículo
Manutenção da frota:
- A área de garagem para BRT tem custo superior em relação ao VLT.
Operação:
- Nas horas de pico os VLTs poderão ser acoplados com mais unidades, aumentando a capacidade horária de transporte, reduzindo o número de condutores. Os BRTs não permitem o acoplamento.
- O sistema de sinalização do VLT permitirá uma circulação totalmente segura.
- A velocidade comercial do VLT será superior tendo em vista a segurança de circulação e menor tempo nas paradas (15% em comparação com os 30% do sistema BRT).
Conforto:
- O sistema VLT viaja sobre trilhos e o BRT sobre via normal e, portanto, as viagens no sistema VLT são mais confortáveis e o sistema automático de aceleração e frenagem evita os solavancos.
Esse estudo comparativo foi realizado pela TTrans, considerando um fluxo de 300.000 passageiros/dia e uma via de 20 km, e com base em cidades que possuem esses modais em operação.
As outras questões apresentadas pelo ACM Neto vou responder em outros posts para não alongar demais o texto.
Mas Neto mente descaradamente!
quinta-feira, 10 de maio de 2018
O BRT DO ACM NETO
Postado por
Movimento popular por trilhos
às
00:42


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