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domingo, 31 de julho de 2011

Zezéu confirma os trilhos na Paralela

Osvaldo Lyra

Tribuna da Bahia - Trilhos. É viável sua implantação em Salvador, já que há tanta gente se colocando contra?
Zezéu Ribeiro - Salvador passou por dois processos de solução de transporte sobre trilhos que não se efetivaram, portanto, se criou um trauma em relação aos trilhos. Mas vale dizer que o problema foi de gestão, de concepção, de leitura da cidade e de adequação de um sistema à cidade, sendo um processo feito de forma autoritária, centralizada e não em benefício da população da cidade, mas em defesa de interesses particulares que sobrepunham às questões coletivas. Nós estamos buscando inverter essa situação. Estamos buscando compreender a cidade, a sua diversidade, e com muitos olhares, e chegar a uma intervenção que resolva o problema da mobilidade urbana. O que interessa ao cidadão é sair de casa para ir ao trabalho com uma tarifa adequada, com conforto em um transporte que tenha capacidade operacional e física de integração, que não tenha muitos transbordos, que você não perca tempo, que a sua demora na estação de transbordo seja mínima possível, com conforto, segurança e tarifa mínima, adequada. 
 
Tribuna - De onde virão os recursos, se só estão garantidos até agora R$570 mi?
Zezéu - Estamos utilizando a oportunidade que é a Copa do Mundo. O governo federal já disponibilizou R$570 milhões do PAC da Copa e tem o PAC da Mobilidade Urbana, dirigido para as sedes do Mundial, que é de R$18 bilhões no plano nacional, como uma prioridade para as cidades com três milhões de habitantes, e Salvador se encaixaria como região. Desse dinheiro, deveremos levantar os R$2,4 bilhões. Se nós conseguirmos criar uma unidade de objetivos que envolva as prefeituras que vão ser contempladas, de Salvador e Lauro de Freitas, as suas Câmaras de Vereadores, o governo do estado, a União, avançaremos. Temos ainda no Ministério da Cidade um deputado federal baiano dirigindo isso (Mário Negromonte), que terá um olhar especial para Salvador. O importante a dizer é que estamos fazendo um sistema para a cidade, que atinja os bairros periféricos e reduza o tempo de deslocamento das pessoas. Há recursos e, se tivermos essa capacidade de construírmos uma unidade, com certeza vamos usar esses recursos implementando um sistema de transportes no prazo necessário porque não vai envolver muitas desapropriações.
 
Tribuna - Isso facilita?
Zezéu - Sim. Você tem o canteiro central da Paralela que se pode colocar a linha-tronco desse sistema, e serão pequenas indenizações na faixa até a Rótula do Abacaxi, área onde pode existir um conflito maior, mas no restante não haverá conflitos. Se você tiver uma boa gestão e um sistema de fiscalização importante que nós estamos buscando – queremos nos reunir com o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas do Estado e chamá-los pra acompanhar o processo durante todo período -, não tenho dúvidas de que vamos levar isso com determinação e tranquilidade.
 
Tribuna - Há quem diga que o BRT estaria descartado com o modal trem sobre trilhos.  Há algum entendimento sobre isso?
Zezéu - Nós entendemos que o sistema é multi. Você tem uma via rígida, estruturante que é a linha 1 do metrô e que deve ter continuidade agora até Pirajá e numa segunda etapa alcançar Cajazeiras. E você tem a 2, que vai ser construída agora - o trecho entre a linha 1 - a Estação da Rótula do Abacaxi ao Aeroporto Lauro de Freitas. Vamos estudar sobre como adentrarmos em Lauro de Freitas, como chegar com esse transporte no salão do Aeroporto. 
 
Tribuna - Vamos ter tempo viável para tudo isso?  
Zezéu - Acredito que sim. Porque no Aeroporto, por exemplo, você tem entre o bambuzal e a pista menor um espaço que pode ser usado e não implicará em desapropriação. Você pode abrir várias frentes de trabalho nesse sentido. Vamos ver como dividir também, pois pode ganhar uma grande empresa e vamos  partilhar isso também com as empresas locais que têm interesse em participar, democratizando as oportunidades. Vamos verificar sobre como envolvermos um maior número de empresas baianas nesse processo. O equipamento já está comprado e vai servir para o atendimento à nova linha do metrô até Cajazeiras, portanto não terá esse custo inicial para sua implementação. O importante é fazermos a via estruturante com esse carregamento maior envolvendo também o sistema BRT, que tem caráter estruturante, podendo contemplar a área do Subúrbio, parte significativa de Cajazeiras e o cordão da orla.

Veja a entrevista completa na Tribuna da Bahia. 

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