Bouzizi era o segundo mais velho de sete irmãos. O pai morreu quando ele tinha três anos. O primogênito se mudou para outra cidade. O padrasto tem sérios problemas de saúde e não consegue trabalhar. Assim, aos 10 anos, ele virou o arrimo da família, vendendo frutas. Aos 19 anos, teve que parar de estudar para trabalhar em tempo integral e, todos os dias, era alvo da tirania dos policiais, reflexo da tirania do governo. Bouzizi, conhecido por dar frutas e vegetais a famílias mais pobres, era obrigado a pagar multas e, invariavelmente, via seus produtos serem confiscados.
“O assédio finalmente se tornou demais para o jovem em 17 de dezembro. Naquela manhã, se tornou físico. Uma policial o confrontou enquanto ele ia para o mercado. Ela voltou para tomar sua balança, mas Bouazizi se recusou a entregá-la. Eles se xingaram, a policial deu um tapa nele e, com a ajuda de colegas, forçou o rapaz no chão. Os policiais foram embora com as frutas, vegetais e a balança. Humilhado publicamente, Bouazizi tentou recorrer. Foi até o prédio da administração municipal e exigiu encontrar alguma autoridade. Disseram a ele que não seria possível pois a autoridade estava em reunião. Sem alguma autoridade disposta a ouvir suas reclamações, o jovem homem pegou combustível, voltou para a rua em frente à administração municipal e colocou fogo no próprio corpo” |
Fonte Época
Naquele dia, 17 de dezembro, doze membros da furiosa família Bouazizi reuniram-se em frente ao prédio do governo. Eles sacudiram o portão e exigiram que o governador saísse para vê-los. “A nossa família é capaz de aceitar tudo, menos a humilhação”, me disse Samia Bouazizi, a irmã do rapaz morto [...]. Ele viveria ainda mais 18 dias. Àquela altura, uma ditadura árabe com um pedigree de 53 anos estava tremendo convulsivamente. Dentro de mais dez dias, ela desmoronou, naquela que talvez tenha sido a primeira revolução da história que não teve um líder. (Fonte siliba)
Já caíram Zein-al-Abidin Ben Ali (Tunísia, 32 anos no poder), Murabak (Egito, 30 anos no poder) e Kadafi (Líbia, 41 anos no poder).
Muitos alegam a importância das redes sociais para a queda dos regimes ditatoriais, não diminuímos a sua importância mas sabemos que a internet é apenas um meio de comunicação e de integração das pessoas, mas que as verdadeiras mudanças ocorrem no mundo real.Mas ainda há muitas ditaduras por cair e uma delas é a ditadura do monopólio do transporte coletivo por ônibus na cidade de Salvador. Esta ditadura já teve grandes golpes, como a decisão do Governo do Estado da Bahia pelo Metrô como modal a ser implementado na cidade mas a grande vitória dar-se-á nas urnas no ano de 2012 com o banimento da vida pública daqueles que são chamados de "Viúvas do BRT".
Mas vivemos em uma sociedade sem educação (baixíssimo nível educacional e de péssima qualidade), sem acesso à informação independente (canais de TV, rádios, jornais comprometidos e baixa utilização da internet), apática à mobilização (exceto futebol, São João e Carnaval), com muitos assessores parlamentares pagos por nós para trabalhar para aqueles que estão no poder (a exemplo de grupo pró-BRT disfarçado de movimento social), entre outras coisas.
O que podemos fazer é estarmos unidos e conclamar outras pessoas para esta batalha pelo Metrô que já está vencida, mas a guerra ainda não terminou. Ainda há muito por fazer.
Viúvas do BRT
Metrô de Nova Iorque
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Aqui isso seria impossivel. Ninguém se mutila ou esta disposto a morrer por mudanças.A não ser que sejam no seu clube do coração.
ResponderExcluirOra reflita.Quantos foram p/ a marcha que eu intitulei,marcha da palhaçada, já que geralmente se fantasiam de palhaços, contra a corrupção aqui em Salvador?
Mas quando o Baêa caiu p/ 3ª divisão logo 50 mil se manifestaram nas ruas da cidade.
Eu deixei de frequentar grupos no Face justamente pelas mesmas perguntas repetitivas e cretinas que sempre são feitas... "Cadê o MP?"
Já fui expulso de inumeros grupos que se formaram p/ ficarem discutindo amenidades,marcando passeios e se intitulando manifestantes. Talvez seja só p/ atrair mulheres,mas não faz meu tipo.
Quantos da Rede estão dispostos a irem até as ultimas consequencias?
Garanto que nem 1/3.
Sendo assim não esperem mudanças.